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domingo, 10 de março de 2013

OS IMPACTOS AMBIENTAIS A PARTIR DO DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL. Vanda Aparecida da Silva Alves. vandaap@yahoo.com.br. Acadêmica do curso de Geografia da FACIP - Universidade Federal de Uberlândia Resumo. O presente trabalho aborda os problemas ambientais atuais provocados pelo crescimento das áreas industriais e urbanas e a necessidade de viabilizar estratégias para que o desenvolvimento das indústrias e a ocupação do espaço aconteçam de forma adequada para não provocar impactos ambientais irreversíveis como vem se apresentando ao longo dos anos, utilizando da sustentabilidade e da consciência ambiental para um mundo melhor. A pesquisa tem ainda como objetivo constatar as principais formas de impactos ambientais provocados desde o contexto histórico da industrialização mundial, relacionar ao cumprimento das leis ambientais já existentes e discutir alternativas para o uso e apropriação do meio ambiente, utilizando de forma responsável os recursos naturais. A análise será feita por meio de uma revisão bibliográfica já existente sobre o tema, a constatação in loco de algumas áreas industriais locais e o cruzamento desses dados coletados. Como resultado inicial da pesquisa, é notório que a degradação ambiental nas últimas décadas está principalmente relacionada ao crescimento urbano, atribuído ao desenvolvimento da indústria, visto que as Leis Ambientais estão cada vez mais severas em relação ao meio rural, deixando as cidades ainda sem uma atenção necessária no que se propõe a questão ambiental. PALAVRAS – CHAVE Impactos ambientais, sustentabilidade, áreas industriais e recursos naturais. Introdução: Para uma melhor compreensão do que vendo sendo atribuído aos desgastes ambientais, é necessário que se faça uma contextualização histórica desde a Primeira Revolução Industrial, que ocorreu no século XVIII na Inglaterra, com alguns elementos marcantes para a época, que foram o uso do carvão para fornecimento de energia, a máquina a vapor e as primeiras ferrovias iniciando um processo de transporte que facilitava o escoamento das manufaturas. Neste período de acordo com (Vesentini, 2003) fortalece o processo de interligação entre os elementos espaço e tempo, onde a ocupação do espaço em forma de aglomeração e consequentemente o aumento da degradação ambiental está associada na (re) elaboração da natureza provocada pela ocupação humana onde os resultados dessa apropriação expressam marcas da ação antrópica, principalmente no clima, na hidrografia, no solo e na vegetação pela utilização desses recursos para sustentar ao sonho capitalista da indústria e da humanidade. Com a consolidação industrial há um crescimento dos bens de consumo e produção atrelada às novas relações de trabalho, a inserção de novos mecanismos para a sustentação da indústria, utilizando cada vez mais a apropriação dos recursos naturais para a exploração da indústria. Ainda neste contexto, temos que associar as questões humanas envolvidas, as condições de trabalho, os fatores de segurança e desgaste do trabalhador ao exercer uma função dentro do mecanismo indústria, que apenas foi levado em consideração a partir do ano 1978, após a instituição do CIPAS (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), que foram realmente implantadas após reativação do movimento sindical dos trabalhadores e empresários em 1983, conforme (NEDER, 1993). Segundo (Hogan e Mello, 2006) a importância do espaço na interação entre a população/desenvolvimento/meio ambiente (PDA), se faz necessário para compreender as opções de ocupação e crescimento urbano que é relevante no contexto histórico atual, que relaciona os padrões de consumo e produção aos problemas ambientais. De acordo com a (Spósito, 1997), desde as primeiras cidades na antiguidade, tem se observado uma explicação de ordem geográfica e natural, em relação à localização das cidades e para produção de alimentos onde havia o predomínio de climas semi-áridos e próximos aos rios, onde já inicia o aproveitamento dos recursos naturais em benefício da produção e consumo. Portanto, a exploração ambiental vem acontecendo desde os primórdios, com as primeiras civilizações, porém foram se tornando cada vez mais degradada, paralelamente em relação ao desenvolvimento do modo de produção capitalista, o que tornou os países desenvolvidos fortes contribuintes para o esgotamento de vários recursos, além de atrelar consumo, produção e acúmulo de resíduos aos impactos ambientais. Diante todas as informações referentes ao uso e ocupação do meio ambiente, as constatações do desequilíbrio ambiental e a necessidade de preservar o que ainda não foi deflagrado, as organizações mundiais viram a necessidade de discutir sobre o tema, tomando uma dimensão mundial e necessária a sustentabilidade do nosso planeta. Tudo que envolve valor monetário acaba sendo complexo na hora das tomadas de decisão, e não poderia ser diferente em relação à complexidade do assunto meio ambiente, o qual envolve além de pesquisas, compromisso, investimento e mudança de hábitos, tornando consideráveis as dificuldades de contribuição a partir das indústrias, já que o mesmo envolve a sociedade, a economia e também a cultura que está impregnada no sistema capitalista que visa apenas o lucro, não considerando fatores extremamente importantes para a vida na Terra. As organizações ecológicas, as gestões políticas mundiais, os líderes empresariais e a comunidade sejam em dimensão micro ou macro, precisa se unir para concretizar de fato o uso sustentável dos recursos naturais, que se tornou assunto em evidência, mas que se percebe que ainda não foi efetivada a nova postura diante o fato. A indústria e o ambiente. Os principais problemas ambientais vividos hoje são atribuídos as indústrias e a falta de planejamento na questão de preservação dos bens não renováveis e renováveis, apontando uma série de acúmulo de lixo tóxico, emissões de gases, contaminação no lenço freático, transtornos de saúde causada pela poluição e acidentes provocados pelas indústrias. Os países desenvolvidos têm esgotado cada vez mais os seus recursos naturais, degradando o meio ambiente e buscando novos territórios para a continuidade de suas produções, usando da globalização e do poder econômico para usufruir de outros territórios os seus recursos e sua mão de obra barata, levando aos países de origem apenas os lucros obtidos pela negociação “favorável” a ambos. Nunca se discutiu tanto sobre sustentabilidade, uma forma de contornar os problemas já disseminados e buscar alternativas plausíveis de continuar produzindo, porém reutilizando os materiais recicláveis, evitando o aumento dos resíduos que contaminam o ar, o solo, as águas e aos humanos que mantêm contato com tais produtos. As relações que envolvem o ser humano e o espaço em que vivem, proporciona inúmeros conflitos, causados pela forma em que essa interação é realizada, devido à falta de respeito pelo espaço geográfico em que o homem está fixado, no qual realiza alterações constantes pela organização que se aplica nesse espaço, remodelando e causando impactos ambientais que provocam catástrofes como: inundações, alterações climáticas, entre outras. No Brasil, o processo de industrialização ocorreu por volta da década de 1929, no processo de crise da Bolsa de Valores de Nova Yorque, o qual deixou o Brasil, sem alternativas, já que se tratava de um país que se sustentava através das exportações de matérias prima e importação de produtos industrializados. Nesse período foi necessário um novo posicionamento econômico brasileiro e a inserção da indústria foi essencial, o que foi crise mundial, acabou por alavancar a nossa economia, através da industrialização. Desde então, passamos por várias crises, problemas econômicos, implantações de pacotes governamentais, e principalmente o período do “milagre econômico”, que foi um período de expansão na economia brasileira, ocorrido num momento em que o país era administrado pelo regime militar, entre 1969 a 1973, com abertura para investimentos externos e que coincidiu com o êxodo rural, provocando aumento das diferenças sociais, já que o poder econômico estava concentrado nas mãos de poucos. A inovação tecnológica trouxe um novo perfil para as indústrias com a Terceira Revolução Industrial, o mundo se tornou globalizado, uma realidade social e histórica pautada em números, desprezando as diferenças e contrastes sociais, onde o quantitativo tem maior valor do que qualitativo, valorizando o grau de influência em articular em extensão global. Ações de controle de degradação ambiental. Apesar de algumas evidências e estudos apontarem para a falta de preparação e cumprimento das normas no que se diz respeito ao controle da degradação ambiental pelas indústrias, foi possível verificar através de visita in-loco que existem preocupações acerca dos problemas ambientais provocados pelas indústrias e como está sendo redefinidas suas práticas e a elaboração de agendas com apresentação de projetos para a preservação ambiental e o uso dos recursos naturais de forma sustentável, uma parceria entre a indústria e o meio ambiente. Talvez o gerenciamento das condições degradantes nas indústrias e as ações em relação à sustentabilidade sejam apenas atitudes para evitar problemas burocráticos, mas com certeza o meio ambiente tem pelo menos deixado de perder muito com determinadas tomadas de decisão. A preocupação com o tratamento dos efluentes líquidos, o reaproveitamento da água, o uso de matéria prima autorizada, o controle da emissão de gases no ar, vem se tornando parte de um processo de readaptação no meio industrial brasileiro, conforme mostra a figura 1. Figura 1 Reaproveitamento de água em Indústria de Ituiutaba-MG. Fonte Vanda(2011) É evidente que o processo industrial utiliza de recursos naturais para a produção, mas a busca por alternativas tem se tornado essencial para as indústrias, como o uso de madeira de reflorestamento e projetos para conscientização e educação ambiental proporcionado pelas empresas, como uma forma de contribuir para o equilíbrio ecológico e responsabilização de todos. Veja a figura 2. Imagem referente ao uso de madeira de reflorestamento. Fonte: Vanda 2011. Algumas indústrias já trabalham sob a perspectiva de uma nova realidade, aplicando sistemas organizados de forma a diminuir o impacto sobre o meio ambiente ou no tratamento da matéria prima ou até mesmo na inserção de técnicas para a reeducação ambiental. Considerações finais. As ações mesmo que tímidas, já despontam como uma forma de reorganização industrial, a preocupação em manter o equilíbrio natural, o uso de equipamentos de segurança, a reciclagem nas empresas, o descarte dos resíduos sólidos em lugares adequados, os projetos de reestruturação industrial e a remodelagem na gestão partindo de um princípio ecológico, traz indícios de um futuro melhor, pautado na compensação do que já foi esgotado. É evidente que o tema ainda precisa de muitos estudos e discussões e principalmente de ações efetivas para que se torne um diferencial nas questões de sustentabilidade, mas o primeiro passo já foi dado e para tanto é preciso votos de credibilidade. Bibliografia: Capitalismo, Estado e espaço geográfico. In: Vesentini, José, William. Nova ordem, imperialismo e geopolítica global. Campinas. São Paulo: Papirus, 2003.p. 15-70. FRANCO, Tânia; DRUCK, Graça. Padrões de industrialização, riscos e meio ambiente. Ciência & Saúde Coletiva. São Paulo: Abrasco, 1998. GUARNIER, Beaujeu J. População e geografia – Amélia Damiani. Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP), disponível em http://www.abep.org.br, acesso em 20 de novembro de 2011. Mello, Leonardo Freire de, HOGAN, Daniel Joseph. População, Consumo e Meio Ambiente. Caxambú: ABEP, 2006. MENDES, Auro Aparecido. Reestruturações produtivas e organizacionais na atividade industrial e gerenciamento ambiental. In: ORTIGOZA, S. A; CORTEZ, A.T. (org.) Da Produção ao consumo. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009 NEDER, Ricardo. Há política ambiental para a indústria brasileira? Revista de Administração de Empresas. São Paulo: FGV, 1992. SPÓSITO, Maria Encarnação B. Capitalismo e urbanização. 8. Ed.. São Paulo: Contexto, 1977. p. 11-75.
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